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A MÁQUINA DE MOER OS DIAS

A MÁQUINA DE MOER OS DIAS

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Autor: Wilson Alves Bezerra

Editora: Iluminuras

Ano de edição: 2023

Número de páginas: 160

ISBN: 978-65-5519-190-5

Não há ninguém mais exilado do que quem escreve cartas. A esse, é negado o território, o tempo, o diálogo. Para ele, só resta a letra, o refúgio da linguagem.

Desde que li Vapor barato (Iluminuras, 2018)noto em Wilson Alves-Bezerra não a fragmentação (tecnicamente natural em se tratando de um romance epistolar como este), mas algo mais: a inconciliável busca de uma unidade, só alcançada no outro, na interlocução impossível no universo dos seus romances.

Neste A máquina de moer os dias, o autor está decidido a narrar o exílio (e também o asilo) dos seus personagens, agarrados a fiapos de fala – elemento caro aos psicanalistas. Contudo, a psicanálise é um tipo de literatura, de sinais trocados. Se Vapor barato está para a tal “teoria da alma”, este A máquina de moer os dias dá todos os sinais do caso psiquiátrico. Crônico. Nacional. Sua “sintaxe da loucura”.

E, em vez da retórica, do discurso e da catarse mediada, Wilson prefere nos colocar no hiato dessas falas, seus personagens viajando no tempo.

Este romance é sobre o lapso, a lacuna, o silêncio.

Como narrador, Wilson nos exila nesta sua ucronia, seu todo bem-construído horror vacui. Fragmentário.

Agora veja: o fragmento é um polo. Quando se tenta compreender, por exemplo, a história recente e futura do país por ‘polarizações”, se tenta entender o fragmento, o estilhaço da granada, sem se ter entendido ainda a própria granada. É entender o todo pela soma de suas falhas, nessa estranha gestalt. Este romance denso liga os pontos do passado aos do futuro, no presente.

Portanto, leitor e leitora, estas cartas surgem onde tudo falhou. E talvez seja quando tudo falhe que se originem todas as missivas: de suicídio, cartas-abertas, de amor, ridículas ou não. As cartas deste denso romance são filhas de alguma forma de lacuna, de falas interrompidas, de ausências.

Nessa ideia de deslocamentos no tempo-espaço, emerge outra forma de terror: o fato de nem Milena nem o narrador/remetente nem Clareza Solar, nascendo ou não, nem nós nem ninguém poder fugir ao nosso destino. A palavra é do reino dos carteiros, mas denuncia, antes, a ideia trágica por detrás deste romance, onde não faltam representações da violência política, no Brasil, nas Américas, em todo lugar e em todos os tempos.

E, para ficar ainda no universo das cartas, a vida e este romance não admitem post scriptum, vulgo P.S. Eis a verdadeira tragédia.

Sidney Rocha

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  • Largura: 16
  • Peso: 204
  • Quantidade: unitário
  • Tipo de produto: novo
  • Autor: nacional
  • Capa: brochura
  • Cor: colorida
  • Data da Publicação: ano
  • Gênero: literatura brasileira
  • Idiomas: português
  • Índice: sem índice
  • Linguagens: escrita
  • Marca: Letra Selvagem
  • Tamanho: comprimento
  • encadernação: brochura

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